segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A era dos chips de monitoramento - Por Carlos Soares



O futuro está cada vez mais próximo. Situações antes imaginadas apenas em livros como o clássico “1984” de George Orwell já são realidade. A privacidade, que nos grandes centros urbanos junto com o poder das mídias digitais já é mínima, está para acabar.
Criadas inicialmente para uso logístico, as “e-tags” ou “smart-tags” são chips que já chegaram ao tamanho da circunferência de um fio de cabelo e que funcionam através da tecnologia de identificação por rádiofrequência chamada em inglês de RFID.
A tecnologia do RFID foi criada nos anos 70 e os chips de monitoramento nos anos 90, mas seu alto custo inviabilizava sua utilização. Somente com a previsão do uso em escala global que o preço começou a cair e novas funções passaram a surgir.
Seu uso inicial era de ajudar na logística de grandes distribuidoras, fornecendo em tempo real detalhes sobre cada carregamento. Com o passar do tempo é esperado que cada produto possua um chip como esse, o que trará vantagens e desvantagens.

Futuro supermercado com a utilização de diversar tecnologias já existentes.

No futuro será possível ir ao supermercado, colocar os produtos que desejar no carrinho e passar tudo de uma vez perto da antena receptora no caixa, ao invés de passar cada código de barras dos pordutos numa leitora. Muito mais prático e diminuirá consideravelmente o tempo das filas. O próprio supermercado poderá colocar menos produtos em exposição, pois através do monitoramento feito por antenas no local saberá quais produtos estão acabando e avisando automaticamente o estoque. As facilidades serão gerais.
Os problemas começam a surgir quando o monitoramento passa a invadir a vida privada das pessoas, como se por exemplo os chips não fossem desligados ao sair do supermercado e as empresas começassem a monitorar em tempo real o consumo de seus produtos.

Vídeo nada imparcial mas que dá uma idéia de como a tecnologia poderá ser usada no futuro.
Por mais que algumas empresas afirmem que não existe interesse em monitorar o produto depois da venda, outras levam ao máximo as possibilidades dessa tecnologia.
A Microsoft mantém um projeto intitulado “Casa do Futuro” onde todos os componentes usam as etiquetas inteligente para comunicar entre si. Por exemplo, a geladeira reconhece todos os produtos que nela estão e avisa quais estão acabando ou expirando o prazo de validade. Ao retirar um produto de dentro da mesma, o microondas já configura o tempo e a potência para o preparo da refeição.
Para os incrédulos, a tecnologia já é utilizada, e muito, a anos, como por exemplo em algumas lojas da grife Prada em Nova Iorque, onde ao entrar em um provador o cliente é exposto a outras cores da peça em questão e é mostrado o desfle onde a mesma é utilizada.
No Brasil a tecnologia é muito utilizada em pedágios, onde é instalando um chip no carro que permite sua passagem automaticamente pela cancela e o valor é cobrado ao final do mês; como também na marcação do gado com RFID em diversas fazendas, substituindo a cruel marcação com ferro em brasa.
As etiquetas inteligentes são multiusos, com finalidades virtualmente inacabáveis. Diversas empresas já estudam projetos para sua utilização e, relativamente em breve, o uso de código de barras será algo do passado. Seu uso é tão abrangente que já começa a ser utilizado em humanos.
Os chips RFID em humanos são do tamanho de um grão de arroz e são implantados sobre a pele através de uma seringa. Seu propósito inicial foi de ajudar médicos a identificar o histórico dos pacientes assim que adentrassem ao hospital, praticamente em tempo real, e assim salvando vidas.
Atualmente, as etiquetas inteligentes tem sido utilizadas em boates na europa, para identificar o cliente e quanto o mesmo consumiu no dia, e até em escolas no japão, onde os pais recebem uma mensagem de texto no celular assim que os filhos entram no colégio. No Brasil, algumas famílias mais abastadas usam o chip para monitorar seus membros e evitar e ajudar em casos de sequestro.
Se chegarem em escala mundial, os chips RFID irão causar sérios problemas quanto a privacidade, pois a qualquer momento alguma entidade (seja ela o governo, uma empresa privada ou até mesmo uma pessoa qualquer que tenha acesso ao sistema) poderá monitorar os passos de qualquer cidadão do mundo. Essa possibilidade conflita com diversas constituições em vários países no globo, onde a privacidade é um direito garantido po lei. O difícil é pesar a quantdade de benefícios e praticidades em contraste com a legislação em diversos países e a potencialidade desse tipo de monitoramento cair na mão de algum chefe fascista/terrorista.
Definitivamente, o que muda é nossa relação com as máquinas. Quando as etiquetas inteligentes se tornarem realidade, o homem chegará a um nível de dependência tecnológica nunca antes visto, já que a tecnologia, de fato, se tornará uma extensão humana. Ou essa vigilância constante das máquinas nos levará ao máximo do ideal progessista, resolvendo grandes problemas do mundo, ou servirão para adentrarmos em um período de ccontrole absoluto, como o “Grande Irmão”. Quem sabe até os dois.


BIBLIOGRAFIA
FOUCAULT, Michel. “Poder-Corpo”, In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1979; p.145-152.
SIBILIA, Paula. “Biopoder”. In: O homem pós-orgânico: Corpo, subjetividade e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: Ed. Relume Dumará, 2002.

SITES VISITADOS
http://www.cartadelogistica.com.br/website/text.asp?txtCode=3666&txtDate=20040929000000
http://www.maxideia.com/pt_pt/maxcontent/documento/6811/noticias-tecnologia-e-e-marketing/fda-aprova-uso-de-chip-de-implante-subcutneo-para-fins-medicos/
http://octopedia.blogspot.com/2009/10/um-chip-subcutaneo-para-detectar-o.html
http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=20211&sid=3

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